20110827

Pior do que pecar

Sempre nós cristãos ouvimos falar sobre o pecado, nos dá medo ao ouvir frases do tipo: “O salário do pecado é a morte”. Entender o pecado é muito simples, pois se Deus nos criou a sua imagem e semelhança, o pecado é tudo que nos retira e desfigura dessa semelhança. O caminho que devemos percorrer nessa vida é o caminho que nos põe de volta a sermos semelhantes a Deus e esse caminho nós acreditamos estar na vida toda de seu filho Jesus.

Os sacramentos católico é justamente a leitura do projeto do Pai que se deu através do Filho, que se dividiu em etapas necessárias para o homem na religião, todos os sacramentos nos apontam a sermos santos, isto é, voltarmos a ser imagem e semelhança DELE. A Igreja descobriu com o passar do tempo que a busca da santidade é diferente em cada estágio da vida e existem pessoas com vocações especificas.

São João fala que aquele que diz não ter pecado está se enganando e não é sincero. Se confessarmos os nossos pecados Deus é rico em misericórdia e irá nos perdoar. Para entendermos o quanto nós somos pecadores é só imaginar Deus o ser 3X Santo e pensar como somos, se compararmos veremos que somos seres extremamente pecadores e necessitados da graça e da misericórdia de Deus.

Como podemos entrar na presença de Deus que é 3X santo em estado de pecado? Mesmo o homem – a não ser Jesus, é claro – que morreu mais santo aqui na terra, morreu com algum pecado e necessitado da graça e da misericórdia. Daí a necessidade do purgatório, porque pecado não entra na presença Deus. Mas é importante entender que o purgatório é para aquelas pessoas que procuraram a se assemelhar a Deus nesta vida através do seguimento da vida todas de Jesus.

Mas Jesus nos alerta que existe uma realidade maior que o pecado, mais perigosa e que está, também, relacionada ao pecado:

“Disse Jesus aos seus discípulos: - É inevitável que surjam ocasiões de pecado, mas ai daqueles que as provoca”. (São Lucas 17,1 bíblia da CNBB).

Em outra tradução está assim:

“É inevitável que aja escândalos; mas ai daquele quem os provoca”. (São Lucas 17,1 bíblia do peregrino)

Somos seres, por natureza, influenciadores e influenciados, não adianta pensarmos que podemos ser neutros neste mundo: se comprarmos uma roupa, podemos levar algum outro a compra a mesma roupa; se pintarmos o cabelo, podemos levar algum outro a pintar o cabelo – cabelo tipo moicano hoje é moda no Brasil por influencia dos jogadores de futebol, por exemplo; assim acontece com as músicas que ouvimos, com o que falamos, aonde vamos...

Quando por algum motivo levarmos o outro a praticar o pecado cometemos o que a igreja chama de escândalo e ele tem mais gravidade para aqueles que tem a função de educar e ensinar. O escândalo nos intima cada vez mais a um maior conhecimento de Cristo, nos chama a um aprofundamento do conhecimento do bem.

São Paulo nos mostra porque é tão errado:
(Romanos 14, 20-21) – “Por causa de um alimento, não destruas a obras de Deus! Certamente, tudo é puro, mas é errado comer alguma coisa dando escândalo. É melhor abster-se de carne e de vinho e de qualquer coisa que possa fazer teu irmão tropeçar”.

(1º Coríntios 8, 9-11) - “Mas tomai cuidado para que essa vossa liberdade não se torne ocasião de queda para os fracos. Pois, se alguém que tem a consciência fraca te enxergar, a ti que tens conhecimento, comendo num templo de ídolo, será que sua consciência não será induzida carne oferecida aos ídolos? E, então por causa do teu conhecimento, perece o fraco, o irmão, pelo qual Cristo morreu”.

Mesmo na luta diária contra o pecado não estamos livres de pecar. Mas pior, diz Jesus: é dar escândalo.

20110819

Mensagem subliminar e catolicismo

Mensagem subliminar surgiu com James Vicary, um especialista em marketing americano, no ano de 1957. James Vicary patenteou uma nova técnica de vendas que ele nomeou como "projeção subliminar”. Chamada assim, pois lançava imagens mais rápidas do que o olho humano podia captar, ele acreditava que vinculando a esta técnica a propaganda aumentaria o potencial de vendas.

Chama-se subliminar, porque fica abaixo do limiar. Isto é: quase imperceptível. O nosso subconsciente tem uma grande capacidade de guardar informações, informações estas que nem sempre chega ao consciente. Esta mensagem é criada somente para ser percebida pelo subconsciente, afim de que possa iludir nosso consciente e este dar uma resposta positiva a qual é chamada – esta resposta – de percepção subliminar.

As mensagens subliminares estão por ai. O consciente precisa ser bem educado para não ser manipulado por essa técnica de marketing, acredito que o consciente bem educado saberá filtrar o bem. Mensagem subliminar é uma desonestidade com o ser humano, que tenta manipulá-lo e vê-lo como apenas um consumidor. Pouco importa se este tipo de mensagem está destruindo as pessoas, um anuncio tem a finalidade de promover uma marca de um produto ou de uma empresa, ou de promover uma idéia. Mas a fim de alcançar seu objetivo, o publicitário se utiliza inúmeros recursos que tem a finalidade de persuadir o ser humano a consumir um produto.

O que leva alguém comprar um cd de novela e quando ela acaba o cd fica empoeirando na estante? Hoje ninguém escapa dos marketeiros. A revolução industrial teve grandes avanços na tecnologia, ouve muita coisa boa, mas trouxe também, uma influencia negativa no mundo estimulando o ser e o poder de alguns, existem profissões que só é bom quem sabe iludir e manipular as pessoas.

Hoje o catolicismo é uma religião no meio de um caldeirão de doutrinas, têm igreja pra tudo: pra quem quer somente curas, pra quem quer boa situação financeira, pra quem é homossexuais; a moda do esoterismo em várias mídias e livros com Harry Potter, crepúsculo, filmes como “avatar”, novelas, filmes sem fundamento com uma estória de “amor” de uma mulher e um homem que simbolize sonho de consumo... Entre técnica de marketing, mensagens subliminares, ventos de doutrinas até mesmo dentro da Igreja, o ser humano está desinformado sobre Deus. A fé em Deus é algo somente natural, onde não é preciso experimentar, conhecer, tocar, seguir... Preocupado com tudo isto, Bento XVI escreveu assim:

Este subsídio – YOUCAT - ao catecismo não vos adula; não oferece fáceis soluções; exige uma nova vida da vossa parte; apresenta-vos a mensagem do Evangelho como a “pérola de grande valor” (Mt 13, 45) pela qual é preciso dar tudo. Portanto, peço-vos: estudai o catecismo com paixão e perseverança! Sacrificai o vosso tempo por ele! Estudai-o no silêncio do vosso quarto, lede-o em dois, se sois amigos, formai grupos e redes de estudo, trocai idéias na Internet. Permanecei de qualquer modo em diálogo sobre a vossa fé!

Deveis conhecer aquilo em que credes; deveis conhecer a vossa fé com a mesma exatidão com a qual um perito de informática conhece o sistema operativo de um computador; deveis conhecê-la como um músico conhece a sua peça; sim, deveis ser muito mais profundamente radicados na fé do que a geração dos vossos pais, para poder resistir com força e decisão aos desafios e às tentações deste tempo. Tendes necessidade da ajuda divina, se a vossa fé não quiser esgotar-se como uma gota de orvalho ao sol, se não quiserdes ceder às tentações do consumismo, se não quiserdes que o vosso amor afogue na pornografia, se não quiserdes trair os débeis e as vítimas de abusos e violência.

Se vos dedicardes com paixão ao estudo do catecismo, gostaria de vos dar ainda um último conselho: sabei todos de que modo à comunidade dos fiéis recentemente foi ferida por ataques do mal, pela penetração do pecado no seu interior, aliás, no coração da Igreja. Não tomeis isto como pretexto para fugir da presença de Deus; vós próprios sois o corpo de Cristo, a Igreja! Levai o fogo intacto do vosso amor a esta Igreja todas as vezes que os homens obscurecerem o seu rosto. “Sede diligentes, sem fraqueza, fervorosos de espírito, dedicados ao serviço do Senhor” (Rm 12, 11).

Quando Israel se encontrava no ponto mais obscuro da sua história, Deus chamou em seu socorro não os grandes e as pessoas estimadas, mas um jovem de nome Jeremias; ele sentiu-se chamado a uma missão demasiado grande: “Ah! Senhor Javé, não sou um orador, porque sou ainda muito novo!” (Jr 1, 6). Mas Deus replicou: “Não digas: sou ainda muito novo — porquanto irás aonde Eu te enviar, e dirás o que Eu te mandar” (Jr 1, 7).

Abençoo-vos e rezo cada dia por todos vós.


(Papa Bento XVI /Prefácio do “YOUCAT”)

20110815

Santa Missa

O que vemos no quadro da Santa Ceia? Não vemos multidões, apenas seus discípulos e Jesus entre eles. A Santa Missa é uma atualização deste momento, a primeira celebração Eucarística na história da Igreja católica. O milagre da multiplicação dos pães e dos peixes é uma passagem não isolada, mas que não é a celebração Eucarística e sim um sinal, um motivo de credibilidade que nos mostram assentimento da fé.

“O motivo de crer não é o fato de verdades reveladas aparecerem como verdadeiras e inteligíveis à luz de nossa razão”, crer é antes de tudo dom de Deus, mas Deus quis que a nossa fé fosse, também, conforme a razão e devido a isto, Deus permite auxílios interiores do Espírito Santo, os milagres são provas exteriores da sua revelação. No entanto a multiplicação dos pães é a um sinal do seu messianismo. Na Santa Ceia Jesus não esta somente entre os discípulos, após a benção, está no pão transformado no seu corpo e o vinho no seu sangue, isto só é possível por ser onipresente que é carisma somente de Deus. Daí a diferença entre a Santa Ceia e o milagre dos pães e dos peixes que é apenas um sinal.

Os sacramentos do batismo, confirmação e crisma, da ordem, do matrimonio, da reconciliação só existem, por que existiu o evento da Santa Ceia. Estes sacramentos estão ligados diretamente a Ceia que Jesus fez com os seus discípulos, são como um caminhos de discipulado para o maior evento católico que é a Santa missa e principalmente para a celebração eucarística.

Vemos hoje uma confusão pregada por pastores católicos protestantes que unem os dois eventos. Segundo eles Jesus não está no pão na Santa ceia, pois Jesus estava na condição humana - Jesus não era onisciente, onipresente, onipotente até a sua morte. Para a Igreja católica Jesus foi 100% homem e 100% Deus em toda sua vida e não somente Deus na ressurreição. Esta heresia protestante está esvaziando o sentido dos sacramentos e da Santa missa.

Por isto devemos ter sempre em mente o quadro da Santa Ceia se somos católicos e percebemos que ali está o fundamento para a fé que celebramos. Na Santa Missa é Jesus que está ali, atualizando aquele momento, e que proclama a benção e que entrega o seu corpo para nós – “Isto é o meu corpo”. Não podemos ser como aquela multidão na multiplicação dos pães e dos peixes que ouviu Jesus falar algumas verdades e saíram um por um, só queriam encher a barriga e não entenderam que era um sinal:

“Jesus respondeu: -Eu vos asseguro que me procurais, não pelos sinais que vistes, mas por que ficastes saciados de pão”. (João 6,26)

“Jesus lhes respondeu: -Eu sou o verdadeiro pão da vida: aquele que vem a mim não passará fome, aquele que crê em mim não passará sede”. (João 6,35)

“...A partir deste momento, muitos discípulos voltaram atrás e já não andavam com ele”.

Precisamos conhecer melhor as riquezas da nossa Igreja.

20110805

Conversão dos santos.

A referencia dos santos sempre foram ponto forte na Igreja católica, os santos são referencias do evangelho vivido e provado. De pessoas comuns a doutores da Igreja, a santos, a martir. Mas tudo começa de algum modo. Aqui podemos entender um pouco o mandado de Jesus: “Convertei-vos e crede no Evangelho”.

A mãe de Agostinho havia-o seguido para Milão e insistiu para que abandonasse a relação com a mulher com quem vivia ilegalmente e procurasse outra para casar, conforme as leis do mundo e a doutrina cristã. A amada foi mandada de volta para a África e Agostinho deveria esperar dois anos para contrair casamento legal; mas logo ligou-se a uma concubina.
No verão de 386, após ter lido um relato da vida de António do Deserto, de Atanásio de Alexandria, que muito inspirou-lhe, Agostinho sofreu uma profunda crise pessoal - Segundo a história a chave para esta transformação foi à voz de uma criança invisível, que ouviu enquanto estava em seu jardim em Milão, que cantava repetidamente, "Tolle, lege"; "tolle, lege" ("toma e lê"; "toma e ler"). Ele tomou o texto da epístola de Paulo aos romanos, e abriu ao acaso em 13:13-14, onde lê-se:

"Não caminheis em glutonerias e embriaguez, nem em desonestidades e dissoluções, nem em contendas e rixas, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis a satisfação da carne com seus apetites"

O ateu Agostinho, decidiu então, se converter ao cristianismo católico, abandonar a sua carreira na retórica, encerrar sua posição no ensino em Milão, desistiu de qualquer ideia de casamento e dedicou-se inteiramente a servir a Deus e às práticas do sacerdócio. Santo Agostinho é considerado doutor da Igreja.

Francisco nasceu provavelmente em setembro de 1182 na cidade de Assis, Itália. Ele não era um jovem diferente dos outros que haviam em Assis. Gostava de festas, bebidas, diversões - “Já crescido, como era dotado de inteligência viva, dispôs-se a continuar o ofício paterno, isto é, a mercancia, porém com outros entendimentos, pois ele era muito mais alegre e liberal do que o pai: gostava de andar em festiva companhia, quer durante o dia quer durante a noite, pelas estradas de Assis, em divertimentos e cantos, e era tão grande esbanjador, que gastava em reuniões e banquetes tudo quanto ganhava” - tinha um grande desejo: o de se tornar um cavaleiro famoso. Então foi para a guerra, tendo sido preso, depois de uma juventude irrequieta e mundana, caiu enfermo. Foi onde Deus revelou a ele um outro caminho, um outro modo de ser grande: seguir Jesus Cristo. Francisco ao ser libertado, voltou para Assis e iniciou uma caminhada totalmente voltada para Deus. Deixou tudo que possuía: dinheiro, casa, família, prestígios, etc., e foi seguir o Senhor que lhe chamava. Passou a viver em pobreza absoluta, a ponto de ser considerado por todos um louco. Mas alguns jovens perceberam que ali havia algo de diferente e de muito grande. Então se desfizeram de tudo o que possuíam e também foram seguir Jesus Cristo, a modo de Francisco. O primeiro deles foi Bernardo, depois Pedro Catani, Egídio, e muitos outros. Então foi preciso escrever uma regra de vida, para que todos pudessem seguir o Evangelho sem o perigo de errarem. Passado algum tempo o papa aprovou o seu estilo de vida, oficializando assim a Ordem dos Frades Menores.