20111126

Pai prevenido

Não somente levar um prato de comida ao necessitado, não só partilhar o que têm, não só ter fraternidade, não só acolher e ter unidade. Ensinar estas coisas são importantes, mas não bastam no mundo de hoje.

Quantos jovens existem viciados em crack no Brasil? Quantas meninas se prostituindo? Quantas gravidez interrompidas? Quantos homens embriagados morrem em acidente de carro por ano? Quantas familias destruidas pelo acoolismo, quantas pessoas amanhecem jogadas pelas ruas devido a este vicio? Quantas traições acontecem? Quantos assassinatos?...

Não, não dá pra se limitar a ensinar somente a dar um prato de comida ao mais necessitado. Acolher é importante, mas não basta. É importante ser fraterno, mas não basta.

O mundo precisa que você ensine que droga destroi o homem, que não se deve perder a dignidade com a prostituição, que ninguém deve tirar a vida do outro, que não se deve trair... Não, não basta dar um prato de comida a quem tem fome. O mundo precisa de bons conselhos, as pessoas precisam de um pai, quem sabe eles escutam.

Já existe muita gente neutra que nada querem ensinar, já existem pessoas entorpecidas por uma mentalidade acritica, pessoas que mais nada querem conhecer pensando que sabem tudo: é só amar, partilhar...

Enguanto isto o dono da cervejaria induz sorrateiramente as pessoas a beberem, querendo uma casa na praia e um iate novo; Enguanto isto o traficante vai ficando cada vez mais poderoso e comprando mais armas com o dinheiro que ganha, após ensinar que droga é bom ao seu filho; a filha vai se prostituindo sendo ensinada pelos ficantes que vai tendo pela vida; e por causa das drogas vai roubando, matando...

O pai bom fica com o coração cortado em ver seu filho nas drogas; uma boa mãe corta o coração em ver sua filha se prostituir; ainda existem esses pais que não deixaram seu coração se prostituir com o mundo. Não, não basta um prato de comida.

20111118

Amizade que liberta

Lembro-me quando tive meu encontro pessoal com o senhor: eu era DJ, tinha uma aparelhagem de som, saia dando bailes por ai a fora... Tinha umas amigas que sempre nas festas que eu fazia ficavam na minha frente, dançando e sempre vinha uma delas me pedir alguma música. Aos sábados quando não tinha festa sempre saia a noite, ia para baladas e freguentava lugares onde não devia estar.

Tinha feito minha primeira comunhão com 18 anos e fuji da igreja logo em seguida. Perto das baladas e longe da igreja, fui vivendo minha vida. Até que um dia minha irmã, que era catequista da crisma, me chamou para vir estudar com ela. Pensei: por que, não? E fui. Até mesmo porque uma das minhas amigas era catequista e estava nos bailes comigo, fazer a crisma não significava mudar.

Fiz a crisma e até ai tudo bem. Mas logo em seguida fui chamado a ser ministro da Eucaristia, aceitei sem muito saber o que fazia. Fui aprendendo o que era âmbula, sanguinho, corporal, em fim. Certo dia o Padre disse para mim: No domingo de manhã seu grupo fará uma celebração da Palavra. Isto causou pane no ministro da Palavra do meu grupo, que disse não está preparado para tal celebração. Você deve se preparar que quando for assim, irá pregar: disse-me o Padre.

A partir deste dia comecei a ler a Bíblia e refletir sobre o que ali estava escrito. Passei por uma crise, o que estava escrito ali estava longe do que eu ouvia nas missas. Cheio de perguntas e o Padre só me dizia: não é bem assim. Ao mesmo tempo no meu coração se enchia de convicção, foi quando comprei um catecismo e passei a estudar. E a convicção virou certeza, havia algo errado.

Com o passar do tempo algumas músicas já não cabiam mais no repertório, assim com certos tipos de danças, certo lugares eu já não devia estar e infelizmente minhas amigas não me acompanharam. A minha linguagem mudou porque minha consciência mudou, mudou os conceitos, mudou minhas roupas, mudou minha vida... As pessoas que eu mais amava não me acompanharam, por mais que eu não quisesse minhas escolhas incomodavam.

Vou dar exemplo: Fui coordenador do grupo jovem e mesmo não querendo o padre da comunidade me permitiu ensinar o Catecismo da Igreja, na falta de subsídio convenci-o a ensinar assim. O grupo começou a dar resultado. Quando organizamos uma caravana para ir ao PHN, algumas pessoas organizaram uma van para ir a um baile funk famoso aqui do Rio. Aqui sempre teve padre da teologia da libertação e devido à metodologia autônoma de Paulo Freire toma uma postura neutra nestas questões, para eles não se deve ensinar nada.

Mas quase todo mundo sabe que se os pais não ensina seu filho que droga é ruim, o traficante que não é neutro ensina a usar e diz que é maravilhosa; é aquela velha estória: se não aprende em casa, aprende na rua, ou melhor, hoje se aprende até em casa sentado no sofá. Minhas amigas aprenderam coisas na rua que os fizeram desacreditar na religião. Uma delas, somente uma delas ainda participa da comunidade, é meio neutra, também, mas ainda está lá.

Enquanto eu me dôo, acolho, oro, rezo, ensino o pouco que sei e que nosso verdadeiro amigo é Jesus Cristo, coloco nas mãos de Deus. Quem sabe um dia terei os amigos que mais amava felizes ao lado de Deus.

“Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida pelos seus amigos. Vós sois meus amigos se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Eu vos chamei de amigos, porque vos comuniquei tudo que ouvi do meu Pai”. (João 15,13-15)

20111113

Netos da ditadura

Às vezes me pego a pensar o que está acontecendo com as pessoas: Unidade onde moras? Compartilhar, dividir, bem comum... O que são estas palavras nos dias de hoje? O imperialismo da lei do egoísmo, a ditadura do egocentrismo, a opressão de um sistema ganancioso e corrupto.

Analisando Nietzsche e Marx entendo alguns sociólogos modernos, porque para eles religião era o ópio do povo: Religião é algo que poda o egoísmo humano, que poda o egocentrismo, que poda a ganância e sendo assim, segundo eles, a religião contribui para a pobreza. Para o socialismo, o egoísmo e a ganância são pulsões para que o ser humano lute por melhorias sociais e serem prósperos. Por isso odeiam os Evangelhos genuínos, as leis da igreja e chamam de tais coisas de opressoras. O que move o socialismo é o bem estar financeiro, a saída da opressão da pobreza para uma vida próspera e imanente.

De onde vem individualismo: não é do coração? Não vêm de sentimentos como o egoísmo e a ganância? De onde vem a corrupção: não é de uma pulsão que parte do coração do indivíduo? Não vem de dentro, de um mau desejo? Se não podamos, criamos seres egoístas, gananciosos... Teremos cada vez mais corrupções e individualismos.

A Igreja é blasfemada nas faculdades, criticada como uma mentalidade imperialista e opressora, porque poda o egoísmo humano, mesmo que as bases científicas sejam questionáveis. Professores de filosofias fazem de tudo para convencer as pessoas a não existência do transcendente, ensinam uma liberdade egocêntrica e ditatorial.

Mas a Igreja sempre irá ensinar que só existem duas opções: ou o homem domina suas paixões ou será dominado por elas. É bem simples de entender, o homem que acha ter uma consciência autônoma é alienado por suas paixões e vive em função delas, em um estágio mais avançado é escravizado pelas próprias. O individualismo é sintoma do homem escravizado.

O que existe hoje é uma idéia de liberdade opressora, uma verdade de acordo com a própria mentalidade, uma autonomia interesseira, uma anarquia individualista. É difícil explicar a mentalidade do homem moderno, tão cheio de si e vazio de Deus. Os governantes dizem serem filhos da ditadura, mas que possuem pais em outros séculos.

A mentalidade do socialismo atual é manter as pessoas com sede, mas só bebe aqueles que estão mais perto da fonte, aqueles que conseguem se beneficiar do sistema. Enquanto o pobre, o oprimido, morre de sede: sede de casa própria, sede de água e de comida e principalmente sede de Deus.

20111106

Purgatório, o que é?

Purgatório é uma palavra muito polêmica no meio cristão. Existe uma visão errada de purgatório onde o mesmo é apontado como uma terceira via, mas purgatório não é uma terceira via.

Após a morte – segundo a Igreja Católica – o homem só tem dois caminhos: Ou ele vai para a salvação eterna ou para a condenação eterna, não existindo assim, então, a terceira via. Há na Igreja Católica uma afirmação que se existe salvação fora da amizade do cristo e da Igreja, este caminho a Deus pertence.

Deus para Igreja católica é puro Espírito e 3x Santo e ninguém aqui na terra, a não ser Jesus Cristo, conseguiu morrer puramente ou sequer 1x santo, daí então a Igreja católica acredita em um fogo purificador. Este fogo seria para aqueles que morreram na amizade do cristo, a fim de purificarem para entrar na presença de Deus.

Uma das bases da Igreja para realidade do Purgatório está no livro dos Macabeus e assim como o dia de finados. O livro dos Macabeus tem uma canonicidade polêmica, mas que é aceito pela Igreja católica porque Jesus fez referencia a este livro, sendo assim a Igreja não têm duvida ao afirmar que se Jesus lia, tem valor. Outra referencia está no capítulo 12,32 do Evangelho de Mateus:

“Mesmo se alguém falar uma palavra contra o filho do homem lhe será perdoada. Mas se falar contra o Espírito Santo, não será perdoado, nem neste mundo, nem no mundo que a de vir”.

Neste trecho do Evangelho Igreja acredita que certas faltas serão perdoadas no mundo que a de vir, que o homem não morre puro, daí a necessidade do purgatório para entrar na presença de Deus já que o homem não sofre várias reencarnações purificadoras, vive e morre uma única vez.

Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do céu. A Igreja chama Purgatório a esta purificação final dos eleitos, que é absolutamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativamente ao Purgatório, sobretudo, nos concílios de Florença e de Trento. A Tradição da Igreja, referindo-se a certos textos da Escritura fala dum fogo purificador: (C.I.C 1030 e 310)