20120506

O ladrão de sonhos.

Na paróquia onde participava existia um trabalho social de reforço escolar, onde fui voluntário para ajudar a monitora durante sete anos.  Não participava todos os dias devido ao meu trabalho, mas sempre que eu podia, estava lá. Eram crianças de sete aos dez anos, devido às normas o trabalho era realizado com crianças carentes e com dificuldade de aprendizado da primeira série.
Mas o que importa neste momento é a idade daquelas crianças, eram crianças entre sete e dez anos que tinham sonhos na vida. A maioria delas quando perguntávamos, diziam: eu quero ser professora. Outra, dizia: Eu quero ser advogada. Outra, dizia: eu quero ser veterinária, cuidar de animaizinhos. Era quase unânime: quero casar, ter filhos, ter uma casa... Aqueles sonhos só podia ser Deus depositando no coração daquelas crianças direções e mostrando o seu projeto de vida.
A maioria dos jovens, hoje, perdeu os principais sonhos da vida, muitos têm medo de ter uma família, têm medo de educar os filhos. Muitos tiveram filhos precocemente, muitos têm uniões livres e sem segurança, deixaram de estudar e vivem numa vida em busca de uma novidade, muitos viciados em drogas, muitos vive um desrespeito aos pais...
Podemos escrever uma postagem inteira de desvios dos jovens modernos, mas não é foco do que estou escrevendo, o foco é a pergunta: Cadê os sonhos de crianças, o projeto de Deus.
Ficou para trás, o que existe hoje é a dura realidade da vida e a dura realidade de uma vida sem regras. A facilidade da vida moderna está confrontando com as dificuldades de se viver projetos. Acontece o eclipse de Deus, de tanto se envolver com o erro o projeto de Deus se tornou algo opressor e moralista.
O mundo de hoje é uma proposta de pobreza e de desonestidade: se o jovem não perde baladas, festas para estudar, não passa num bom concurso. Fica dependendo de um apadrinhamento e suas consequencias, ou de um emprego que está abaixo do seu estudo. Muitos que não conseguem um bom emprego ou tem facilidades, partem para a desonestidade, para o roubo ou para a corrupção.
"O maligno tem muitas armas para roubar nossos sonhos".

A causa e direcionamento da Igreja:
A sexualidade afeta todos os aspectos da pessoa humana, na unidade do seu corpo e da sua alma. Diz respeito particularmente à afetividade, à capacidade de amar e de procriar, e, de um modo mais geral, à aptidão para criar laços de comunhão com outrem.
A castidade significa a integração conseguida da sexualidade na pessoa, e daí a unidade interior do homem no seu ser corporal e espiritual. A sexualidade, na qual se exprime a pertença do homem ao mundo corporal e biológico, torna-se pessoal e verdadeiramente humana quando integrada na relação de pessoa a pessoa, no dom mútuo total e temporalmente ilimitado, do homem e da mulher
A pessoa casta mantém a integridade das forças de vida e de amor em si depositadas. Esta integridade garante a unidade da pessoa e opõe-se a qualquer comportamento susceptível de a ofender. Não tolera nem a duplicidade da vida, nem a da linguagem.

A castidade implica uma aprendizagem do domínio de si, que é uma pedagogia da liberdade humana. A alternativa é clara: ou o homem comanda as suas paixões e alcança a paz, ou se deixa dominar por elas e torna-se infeliz. «A dignidade do homem exige que ele proceda segundo uma opção consciente e livre, isto é, movido e determinado por uma convicção pessoal e não sob a pressão de um cego impulso interior ou da mera coação externa.

O homem atinge esta dignidade quando, libertando-se de toda a escravidão das paixões, prossegue o seu fim na livre escolha do bem e se procura de modo eficaz e com diligente iniciativa os meios adequados.

Aquele que quiser permanecer fiel às promessas do seu Batismo e resistir às tentações, terá o cuidado de procurar os meios: o conhecimento de si, a prática duma ascese adaptada às situações em que se encontra a obediência aos mandamentos divinos, a prática das virtudes morais e a fidelidade à oração. «A continência, na verdade, recolhe-nos e reconduz-nos àquela unidade que tínhamos perdido, dispersando-nos na multiplicidade».

A virtude da castidade gira na órbita da virtude cardial da temperança, a qual visa impregnar de razão as paixões e os apetites da sensibilidade humana.

O domínio de si é uma obra de grande fôlego. Nunca poderá considerar-se total e definitivamente adquirido. Implica um esforço constantemente retomado, em todas as idades da vida; mas o esforço requerido pode ser mais intenso em certas épocas, como quando se forma a personalidade, durante a infância e a adolescência.

A castidade conhece leis de crescimento e passa por fases marcadas pela imperfeição, muitas vezes até pelo pecado. O homem virtuoso e casto «constrói-se dia a dia com as suas numerosas decisões livres. Por isso, conhece, ama e cumpre o bem moral segundo fases de crescimento».